sábado, novembro 17, 2007

A MULHER PROIBIDA

Como as boas parcerias devem permanecer para sempre, no início de 2001, enquanto dava um tempo no desenvolvimento de projetos teatrais, tive um idéia e resolvi procurar meu grande amigo, e inigualável web designer, Rodigo Malagoli, para dicutirmos sobre um novo projeto.
Dentre as minhas habilidades artísticas, desenhar nunca fez parte. No entanto, eu fui me encontrar com o Rodrigo levando os rascunhos de uma história em quadrinhos e pedir para que ele me ajudasse a desenvolvê-la como uma fotonovela. Na ocasião pensei em veicular a fotonovela em um site que ele dirigia.
Bom, a história era muito brega e foi difícil convencê-lo a trabalhar no projeto, mas ele, para que eu parasse de falar, aceitou fazer toda a concepção visual da fotonovela, ou seja, tudo que fosse necessário para colocá-la no ar... como eu havia imaginado! Ali nascia "A Mulher Proibida".
Sabendo que teríamos todo o capital necessário para fazer as fotos pelo mundo inteiro, então, não poupamos recursos. Somente para os três primeiros quadrinho da parte inicial da trama o elenco foi enviado à França para conseguir as melhores fotografias possíveis!!! No entanto, como houve um problema com as fotografias na hora da revelação, a capacidade técnica e artística do Rodrigo teve que entrar em ação e ele recriou Paris, Jundiaí, praias caribenhas, e tudo mais o que foi necessário... em seu computador!
Enfim, "A Mulher Proibida" teve quatro capítulos e foi veiculada no site do Rodrigo por muito tempo... a abertura feita por Rodrigo (em flash) também ressaltou a influência brega que ele recebeu no processo de criação da fotonovela. Ele desenvolveu algo que nem eu, e Nelson Ned, pensamos ser possível no campa da "arte brega"!
Com muitas mudanças e alguns problemas técnicos, os arquivos com "A Mulher Proibida" se perdera e somente uma cópia impressa restou...
É fundamental salientar que a produção contou com um elenco estelar formado por Fernanda Regia, Sandey Luiz e Sosso Guimarães. Assim, "A Mulher Proibida" é uma das aventuras artísticas mais interssantes que já tive... uma pena que o Rodrigo teve o seu passe muito valorizado após esse trabalho e nunca mais conseguimos fazer outras produções do gênero!
Aqui, deixo uma imagem recuperada do primeiro capítulo

domingo, setembro 23, 2007

EU, TU... ÉRAMOS!

Às vezes as oportunidades surgem e não percebemos... quando isso acontece há uma grande probabilidade de perdê-la. Acho que vivi algo assim em 1999. A atriz Irene Ravache foi a Jundiaí apresentar-se com uamde suas peças que não me lembro muito bem o título, lembro apenas que era com o Marcos Caruso e Jussara Freire.
Enfim, no final do espetáculo eu a esperei, cumprimentei e lhe entreguei uma peça que havia escrito há poucas semanas. Disse a ela que uma das personagens foi escrita pensada nela.
Irene Ravache foi muito gentil, mais do eu poderia esperar. Já havia entregue algumas peças a atores famosos e nunca dão retorno, então, entregar a peça à Irene era somente algo que eu me sentia na obrigação de fazer para não lamentar no futuro.
Tudo isso não é estranho e fazia parte de minha rotina, mas quando digo que perdi uma oportunidade de ouro, me refiro à escolha da peça que entreguei a ela.
Entreguei "Eu, Tu... éramos!"... a pior peça que já escrevi na vida, algo que simplesmente foi feito para retratar alguns fatos que eu entendia como espúrias. Na verdade a estrutura era boa, a construção dos personagens era correta, mas eu me esqueci de fazer o principal, ou seja, não retratar a "vida como ela é". Desde os primeiros cursos de dramaturgia que fiz aprendi que a realidade como ela é não tem graça alguma, mas ali queria que fosse assim!!! Péssima idéia.
No dia seguinte à entrega da peça à Irene Ravache, estava em minha casa, sentado, conversando com minha filha de três anos, quando tocou meu telefone celular e a pessoa se identificou como Irene Ravache.
Fiquei alguns segundos sem saber o que fazer, ou dizer, mas ela foi objetiva e me fez uma pergunta que nunca mais esquecerei: "Por que você escreveu essa peça? Por que uso uma carpintaria teatral tão boa para essa história?"
Eu não soube responder... na verdade nem lembro qual foi a justificativa que dei... ela disse que leu a peça durante a noite, quando ficou no hotel da cidade (ela tinha uma nova sessão no dia seguinte). Ele simplesmente disse que eu dominava bem demais a estrutura de uma peça para utilizar naquela história. Ela deixou a peça no teatro e disse que eu poderia buscá-la outro dia.
Fiquei arrasado, havia tantas outras que eu poderia ter entregue para ela ler, tantas outras que ela poderia ser a personagem... mas simplesmente entreguei uma peça que retratava APENAS "a vida como ela é"!
Nunca mais revi esse texto, mas sei que não vale muito...
Perdi uma oportunidade... poderia ter tido Irene Ravache interpretando um texto meu, mas fiz a escolha equivocada...
É isso... peças, histórias, roteiros, contos, etc... têm de representar mais que a simples realidade...
É isso, escrevi uma peça para ser esquecida e que só tem valor biográfico!