sexta-feira, novembro 03, 2006

UMA HISTÓRIA DE AMARGAR

“Uma História de Amargar” devo, em grande parte, a meu amigo Claudinei Brandão. Em 1997, quando ele já trabalhava com os Parlapatões, nos encontramos e ele disse que gostaria de montar uma peça para si e outro amigo.
Na verdade, sua proposta era que eu escrevesse um texto que pudesse ser encenado na rua, até porque, a intenção dele era apresentar “em qualquer lugar”. Eu não gosto muito de peças interativas, mas ele disse que gostaria que essa o fosse, porque esse tipo de encenação é a que mais chama a atenção do público. Conheci o outro ator que seria seu par e a primeira impressão que tive foi de que seria uma dupla “peso pesado”!
Pensando nisso, e no aspecto popular que ele queria que eu incutisse no texto, comecei a imaginar saídas para desenvolver a trama. Não estava sendo muito feliz nisso! Parecia que não seria capaz de desenvolver aquele tipo de linguagem.
Apesar de estar escrevendo para o outro ator (que não me lembro o nome), em todo o momento eu pensava no Gerson de Abreu (naquela época ainda estava vivo) para ser parceiro do Claudinei.
Enrolei o quanto pude para iniciar a redação do texto, o Claudinei tinha pressa e queria dar início à produção. Como eu não conseguia saber muito bem como desenvolveria a trama, cada vez que ele me ligava e perguntava como estava o texto, eu, para não confessar que não andava para lugar algum, inventava o desenvolvimento do trama.
Ele me perguntava como iria resolver tal cena e eu inventava algo na hora... às vezes discutíamos saídas melhores, às vezes conseguia satisfazê-lo com minha opção... Só sei que assim que desligava o telefone, corria para o computador e escrevia uma parte do texto.
Quando consegui conclui-lo, o Claudinei acabou assumindo outra produção do Parlapatões e não pôde fazer “Uma História de Amargar”... teríamos que adiar mais uma vez nossa pareceria em um texto meu!
O mais interessante nesse texto, que conta a história de dois trambiqueiros que acabaram de fugir de uma cidade carregando apenas uma carroça, é a possibilidade que existe de os dois duplicarem seus papéis interpretando dois outros que estão presos na carroça. A linguagem é bastante acessível para poder alcançar qualquer público e a trama é uma grande piada.Gostaria muito que esse texto fosse encenado pelo Claudinei Brandão e Jô Soares... seria uma dupla de peso e a altura da proposta... quem sabe em breve isso venha a acontecer!

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